Em agosto deste ano, a Netflix lançou o documentário “O Dilema das Redes”, no qual expõe todos os riscos que as redes sociais trazem à privacidade das pessoas, e como na verdade somos produtos do Twitter, Instagram, Facebook, entre outros. Mas no começo do ano, a agência Dentsu Aegis Network realizou um estudo, antes mesmo do longa aparecer no streaming, e revelou que das 32 mil pessoas entrevistadas em 22 países, entre os jovens de 18 a 24, um em cada cinco afirmou ter desativado suas contas nas redes sociais.
A pesquisa também revela que a desistência nas mídias é duas vezes maior nessa faixa etária do que entre os usuários acima dos 45 anos, que parecem se sentir menos afetados pela bolha da internet. No entanto, o maior motivo apontado pelos usuários que pularam fora das redes – em qualquer idade – é o mau causado na saúde mental.
O ambiente das redes sociais vicia e desencadeia um processo químico específico no cérebro: sempre quando experienciamos algo prazeroso, um neurotransmissor chamado de dopamina é ativado, e nos faz buscar mais. Receber curtidas nos posts do Instagram e do Facebook dispara esse processo, na mesma medida em que a sensação contrária é frustrante.
Segundo Oswaldo Segantin, cofundador do Instituto Enjoy, as pessoas passaram mais tempo este ano dentro das redes sociais por causa da pandemia. “Com este cenário perturbador e desconhecido, as pessoas precisaram usar mais o computador e celular para trabalhar e para se distrair, por isso se sobrecarregaram de tanto contato com as redes. Assim que as restrições derem uma folga, talvez passem a se preocupar menos com as telas dos smartphones e voltem a curtir o mundo real”, conclui o empresário.
As linhagens mais antigas testemunharam a virada da tecnologia e por isso sofrem mais dificuldades para se desconectar. A Geração Z já nasceu na era da internet, um fator que ajuda na disposição em largar as redes sociais sem muito esforço. “Atualmente, eles estão valorizando mais as relações pessoais e a segurança emocional e trazendo o mundo real de volta à vida”, finaliza Segantin.